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Ocorrerá nesta semana, na Serra Gaúcha, o tão esperado encontro entre a cúpula do Mercosul. O encontro reunirá diplomatas e presidentes dos países membros e se espera que do encontro, brotem indicações sobre o rumo do bloco em face as polêmicas recentes. O momento mais aguardado do encontro, será a reunião dos presidentes Jair Messias Bolsonaro, Mauricio Macri (Argentina) e Mario Abdo Benítez (Paraguai) na quinta-feira (05/12), por sua vez, o presidente do Uruguai, Tabaré Ramón Vázquez Rosas, por questões de saúde, será representado pela vice-presidente, Lucía Topolansky Saavedra. O encontro ocorrerá no hotel Spa do Vinho, no Vale dos Vinhedos e se espera que o encontro seja um dos mais importantes dos últimos anos entre os países membros.

A reunião ocupa um momento histórico de transição e tensão para os países, a cúpula deverá ser um dos últimos compromissos de Mauricio Macri ainda no comando da Argentina. Seria natural que o sucessor de Macri fosse convidado, todavia não há clima, como informou um integrante do primeiro escalão do atual governo argentino. Com o retorno da esquerda na Argentina, são aguardadas tensões na relação Brasil-Argetina dentro do bloco, inclusive não é descartada a saída do Brasil do Mercosul devido a vitória de Alberto Ángel Fernández na Argentina. Ao ser questionado, Bolsonaro afirmou que “tudo pode acontecer” durante o encontro. No Uruguai, com o triunfo de Luis Alberto Aparicio Alejandro Lacalle Pou nas eleições deste ano, a centro-direita irá assumir no próximo ano o comando do país após 15 anos de domínio esquerdista. As presenças de Fernández e Lacalle Pou no encontro não deverão ocorrer.

A importância do Bloco para os países é inegável, e No Brasil não é diferente. Atualmente, a Argentina é o 4º principal destino das exportações oriundas do Brasil. Perder a Argentina como parceiro comercial, traria sem dúvidas um impacto tremendo, visto que a crise que Argentina passa trouxe grandes perdas e um filão que não é substituído por outro país. Já os números gerais de trocas entre o bloco vêm mudando, de janeiro a outubro de 2019, as exportações do Brasil para membros totalizaram US$ 12,2 bilhões, o que representou uma queda de 33,5% em relação ao ano anterior. Na importação, o cenário também é de queda, no mesmo período foi importado US$ 10,8 bilhões o que representa uma redução de 2,3% em relação ao ano anterior.

O tom do evento é de diálogo e ajustes no Mercosul, todavia, com as relações abaladas entre os membros, o resultado é incerto e até certo ponto preocupante. De todo modo, este encontro dará a tônica destas relações para os próximos anos, bem como a possível integração do Mercosul com a União Europeia.
Ainda na agenda do evento, ocorrerão entre segunda e terça-feira discussões entre diplomatas sobre temas diversos e na quarta é a vez dos ministros de relações exteriores. Na quinta, o ápice do evento ocorrerá entre os presidentes. Os países associados também foram convidados, como é o caso da Bolívia.